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Sobre a XIII Jornada de debates: encontros com a Filosofia

 A “Jornada de debates: encontros com a Filosofia”, que este ano está na sua décima terceira edição, é um evento anual de caráter investigativo, pedagógico e extensionista realizado pelo colegiado de filosofia da UENP. Criado em 2008, data da fundação do Curso de Filosofia da UENP, e reestruturado em 2011 de modo a incorporar o “Encontro de Iniciação Científica em Filosofia da UENP”, o evento desempenha um importante papel na formação pedagógica e científica dos nossos professores e alunos. Neste ano, diante das novas exigências sanitárias impostas pela covid-19, o evento será realizado de modo totalmente remoto. A este propósito, o Colegiado de Filosofia da UENP entende que, a despeito do momento crítico que vivemos, manter a realização da Jornada pode ser um fator motivacional para os nossos estudantes e pesquisadores, uma vez que proporciona, ainda que remotamente, a integração da comunidade acadêmica. Com o objetivo de nos inserir nos grandes questões e debates de nosso tempo, o tema desta edição pretende provocar a filosofia questionando-a acerca do seu lugar no atual mundo digital. O cenário de crescente expansão informacional, fomentado pela ubiquidade das redes, traz à tona novas formas de relação possíveis no mundo. Vemos se desenvolver uma forma de comunicação que desconhece fronteiras geográficas e faz crescer a complexidade de seus significados. O debate se torna ainda mais extenso se analisados os limites do crível frente ao gigantesco amontoado de informações provindas das mais variadas fontes e disseminadas de forma instantânea e saturada. As consequências obtidas não são menos complexas e vemos o pêndulo das ações percorrer o domínio da moral de um extremo a outro. Diante disso, o tema regente das conferências e minicursos versa sobre o lugar que a filosofia assume no mundo dominado pelas redes. É urgente estabelecer as condições filosóficas que tais tempos impõem. No que diz respeito ao mundo fora das redes, vemos figuras de poder modelarem a narrativa dos fatos para alcançar objetivos pessoais e nefastos, fazendo erigir assim a era da pós-verdade e suas diversas e divergentes implicações epistemológicas. Além do campo político no qual essa discussão está presente com mais frequência, é necessário retomarmos critérios para a justificação do verdadeiro, para a compreensão do real, de modo que sejamos justos com os outros e, ainda, não enganemos a nós mesmos. Essa, sem dúvida, parece ser uma tarefa para a Filosofia. 

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